Como reduzir os riscos de lesão nas corridas

Por: Dr. Sérgio Barreto

A corrida pode ser um esporte muito democrático. Já que não exige uma infinidade de equipamentos, ela ganha muita popularidade e é atrativa para aqueles que querem iniciar uma atividade física. Segundo dados do último relatório Pnad, “Práticas de Esporte e Atividade Física”, estima-se que 24% dos brasileiros praticam corrida ou caminhada com alguma frequência. Entretanto, é preciso preparo, pois quase 80% das pessoas que correm podem sofrer algum tipo de lesão em um ano, segundo informações divulgadas pela Agência Fapesp .

Em primeiro lugar, é necessário pensar na saúde do pé e do tornozelo, que são a base do corpo e a região que recebe mais impacto durante a prática do exercício. A orientação que dou, em consultório, é alinhar o trabalho de alongamento com um bom trabalho de fortalecimento. Além disso, é preciso criar o hábito de visitar o ortopedista frequentemente para receber as orientações adequadas e prevenir as lesões.

A segunda dica é: comece com calma. Vá progredindo gradativamente, com poucas distâncias, atente-se à postura adequada e ao tênis correto para melhor absorção do impacto. Entenda o mecanismo da sua pisada, com a ajuda de um médico especialista, e se em seu caso for necessário palmilhas, invista nesta tecnologia.

Por fim, respeitar seu próprio limite e o período de descanso de seu corpo também são aspectos primordiais.

A pesquisa desenvolvida pela Fapesp aponta que os corredores que seguem essas recomendações têm, pelo menos, duas vezes menos chances de desenvolver lesões. Mas atenção, a pesquisa também mostra que o principal fator de risco para a lesão é o indivíduo já ter um histórico, por isso, é fundamental o trabalho de força para que um músculo mais resistente aguente mais sobrecarga.

Para meus pacientes, que são ativos fisicamente, ou pretendem começar a prática contínua de alguma atividade física, sempre recomendo uma consulta diagnóstica. Assim, se você está planejando tirar o tênis do armário, o ideal é que procure um ortopedista para fazer uma avaliação.